domingo, 17 de julho de 2011

Numa reunião do PET FAUrb apareceu a necessidade de filtrarmos nosso cotidiano através da poesia. Afinal de contas estávamos numa Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e ... mais ainda ... estávamos dedicando nossas vidas e nossos tempos àquela atividade, naquela reunião. E o que seria disso tudo sem a beleza, sem o ardor, sem o ânimo dos nossos sentimentos ? Veio a idéia de embalar cada reunião com uma poesia ... aceitamos na hora e me propus a trazer a primeira. Lembrei do final de uma do Vinicius de Moraes (que me faz pensar no meu filho Miguel) e fui em frente. Daquele dia para adiante, ao início de cada reunião, um petiano oferece uma poesia ao Grupo. Eis o que lembrei:

Pedro, Meu Filho ... (Vinicius De Moraes)

[...]

Por isso que eu chorei tantas lágrimas para que não precisasse chorar, sem saber que criava um mar de pranto em cujos vórtices te haverias também de perder.
E amordacei minha boca para que não gritasses e ceguei meus olhos para que não visses; e quanto mais amordaçado, mais gritavas; e quanto mais cego, mais vias.
Porque a poesia foi para mim uma mulher cruel em cujos braços me abandonei sem remissão, sem sequer pedir perdão a todas as mulheres que por ela abandonei.
E assim como sei que toda a minha vida foi uma luta para que ninguém tivesse mais que lutar:
Assim é o canto que te quero cantar, Pedro meu filho...
[Miguel meu filho]


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